Na Amil, atendimentos do programa de saúde mental aumentaram 37%. Psicóloga alerta necessidade de buscar ajuda precoce para que a pandemia não deixe legado de transtornos mentais
No mês dedicado à campanha de prevenção ao suicídio e valorização da vida, o Setembro Amarelo, chama atenção o crescimento dos casos de transtornos mentais durante a pandemia. No Programa de Saúde Mental oferecido pela operadora de planos de saúde Amil, os atendimentos aumentaram em 37% de março a agosto deste ano, frente ao mesmo período do ano passado – percentual que pode aumentar ainda mais no período pós-pandemia. É o que indica um estudo publicado recentemente pela revista científica The Lancet, assinada por pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade King’s College de Londres. Segundo a pesquisa, um efeito psicológico de quarentena ainda pode ser detectado meses ou anos após o fim da pandemia – algo similar ao que acontece em períodos pós-guerra.
Dados da campanha Setembro Amarelo indicam que mais de 96% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. No mundo, são registrados mais de um milhão de casos todos os anos, sendo cerca de 12 mil só no Brasil. A psicóloga e coordenadora do Programa de Saúde Mental da Amil, Nathalia Pereira, indica que depressão, ansiedade e transtorno afetivo bipolar estão entre os principais diagnósticos dos 10 mil atendimentos de saúde mental realizados pela operadora nos últimos seis meses.
“Todos os indivíduos, de alguma forma, estão sendo levados ao seu limite nesse período e convivendo com sentimentos como medo, angústia, tristeza e solidão. Mas pessoas com transtornos mentais pré-existentes podem ser consideradas mais vulneráveis e precisam receber suporte o quanto antes, mesmo no meio da pandemia, para não sofrer consequências mais severas depois”, indica. A especialista esclarece que para os casos graves a recomendação é de atendimento presencial, mas as consultas virtuais têm sido grandes aliadas para identificar transtornos mentais ainda no estágio inicial e para atender os pacientes com a situação de saúde mental mais estável. “Falar com alguém de confiança e procurar um profissional ao se sentir sozinho, confuso ou sem esperança pode salvar vidas”, acrescenta Nathalia.
Desde o início da pandemia, a Amil reforçou o telemonitoramento dos pacientes acompanhados pelo programa, incluiu psicólogos no canal de urgências médicas da operadora – que pode ser acessado por site, aplicativo ou telefone -, e abriu uma agenda de consultas online com especialistas das equipes de saúde mental. Além disso, a companhia possui um sistema integrado com os hospitais da rede própria que encaminha os pacientes que tentaram suicídio para seguimento do cuidado no programa de Saúde Mental.
Este mês, a Amil também intensificou a comunicação sobre o tema ao lançar a landpage ‘desconstruindo o tabu’, com o objetivo de levar informação de qualidade para ajudar pessoas em sofrimento mental e para que parentes e amigos saibam como apoia-las. A operadora também realizou lives para seus funcionários como parte da campanha interna “Falar protege”, abordando a prevenção ao suicídio de maneira simples e direta. “Hoje um brasileiro se suicida a cada 46 minutos. Mesmo diante de um cenário tão grave, falar no assunto ainda é um tabu. Por isso, precisamos unir esforços para mudar essa realidade, estimulando as pessoas a falarem e a ouvirem mais”